Na última semana tive a oportunidade de reencontrar esse grande amigo e conviver com ele durante uma semana. Rafael Camilo é um escalador de Santa Maria (RS) e recentemente esteve em Porto Alegre fazendo um curso de acesso por corda com o renomado instrutor Marcelo Vazzoller. Na semana de 1º de junho até o dia 6, esteve em Cambará do Sul (RS) e nos Aparados da Serra, no cânion Itaimbezinho participando do curso Noções de Busca e Resgate e Sistemas de Resgate em Ambientes Verticais com os intrutores Ronaldo Franzen Junior “NativO” e Humberto Medaglia dentro do programa Aventura Segura da ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Turismo Aventura). Aproveitei e fiz uma entrevista com ele que vocês poderão conferir agora:
Odilei: Qual a tua idade?
Rafael: 30 anos
Odilei: Escala há quanto tempo?
Rafael: desde 1995
Odilei: Como começou a escalar?
Rafael: comecei com a curiosidade de conhecer e a praticar o rapel, ai eu vi que além disso, teria muito mais o esporte a partir do acesso por corda, onde vim a ser convidado a praticar a escalada e automaticamente virei um montanhista. Foi ai que comecei a conhecer e ter contato com o pessoal de outros lugares como o Elton Fagundes de Porto Alegre, que a gente tem um carinho muito grande, os veteranos. Esses caras que influenciam a gente a fazer cursos e estar sempre se reciclando, ter uma disciplina, a ter ética sobre montanha.
Odilei: Quais os lugares que você já escalou?
Rafael: Escalei em Caçapava do Sul, região de Santa Maria, Itacolomi, Ivoti. Estou a fim de ir pro Salto Ventoso, no final do ano pra Argentina, tenho uns projetos de escalar no Dedo de Deus (Rio de Janeiro). Vamos ver o que vai rolar até o final do ano.
Odilei: E fora do estado?
Rafael: escalei uns boulders em Santa Catarina e no Rio de Janeiro escalei na Babilônia e na Urca durante um congresso de meio ambiente sobre áreas privadas.
Odilei: E a escalada que mais te marcou?
Rafael: a que mais curti foi na Pedra da Abelha em Caçapava do Sul, a via do Seu Edgar Kittelmann. Foi bastante exposto, levamos cerca de 4 horas para chegar no topo. Inclusive havia uma menina conosco que no final se emocionou e chegou a chorar.
Odilei: E a via que você mais curtiu?
Rafael: foi essa na Pedra da Abelha. Em Santa Maria tem várias vias que a gente curti também, com passadas bem diferentes e técnicas.
Odilei: Como anda a escalada em Santa Maria?
Rafael: agora está meio fraco, pouca gente escalando, a procura está pouca devido ao inverno. Queremos ver se divulgamos mais curso e eventos nessa área pra ver se trazemos mais gente pro local pra começar a escalar e a fazer parte do Bandeirantes da Serra, grupo ao qual sou o diretor hoje.
Odilei: Qual a maior graduação que você já mandou?
Rafael: foi um sexto grau lá em Caçapava do Sul (RS), no conglomerado de lá é mais fácil.
Odilei: Vocês estão com um projeto em Santa Maria, poderia falar mais sobre ele.
Rafael: estamos com um projeto, Eu e o Guilherme Rocha (secretário do Bandeirantes da Serra). Estamos dando aula dentro da Universidade de Santa Maria, um projeto pelo MEC, chama-se Projeto Escola de Fábrica ao qual a gente dá aula na área de agroindústria em Ivorá, Santa Maria e Cruz Alta. No segundo semestre estamos participando de um novo projeto dando continuidade até o final do ano. Vamos tentar fazer alguma coisa nessa parte de acesso por corda e APH também, alguma coisa vinculado ao Grupas. Os projetos são dos 16 aos 24 anos. Se inscreve pelo MEC, algumas empresas são apoiadoras e indicam alguns alunos. A gente tem alunos bem disciplinados, futuros bons escaladores que queremos trazer pra praticar, incentivar a nova safra do montanhismo no estado.
Odilei: Você está entrando nessa área de acesso por corda profissional?
Rafael: Fazem 10 dias já que estou longe de casa, graças ao convite do Elton Fagundes, fui a Porto Alegre fazer um curso com o Marcelo Vazzoller. Depois logo em seguida já viemos a Cambará fazer o BER e agora estamos finalizando o curso com o NativO. Foi de bastante proveito , uma experiência totalmente diferente , fora de série. Acho que a gente tem que evoluir, tem que buscar conhecimento, novas pessoas, novas idéias. Ver que esse mundo não é só isso, ele tem muito mais a nos mostrar, a nos gerar, basta nós seres humanos buscar essas vontades, correr atrás do desconhecidos, afinal nós somos humanos.
Odilei: Sou um pouco desprovido de altura também, tu acha que isso influencia alguma coisa?
Rafael: não influencia nada, isso é um benefício pra gente, enquanto os grandões se matam pra fazer um movimento, a gente evolui. Cada um tem suas namoradas, elas acham engraçadinhas e a gente aproveita. Cada um tem sua função no planeta, esquecer aquela de que eu queria ser isso ou aquilo, temos que ser o que somos e deu pra bola.
Odilei: Pra finalizar, quer deixar alguma mensagem?
Rafael: conheça aqui o Aparados da Serra, melhor que essa imagem do fundo não tem. Entre em contato conosco quando quiserem alguma coisa, escalar, o que for. Nós do Grupo Bandeirantes da Serra, a Stonehenge Mountain, estamos sempre querendo mostrar as qualidades do Rio Grande do Sul tanto no turismo, como no ecoturismo, no turismo rural, no turismo aventura que chamamos hoje de turismo seguro, aventura segura... É isso ai, o negócio é aproveitar a vida !!!
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