quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entrevista com Naoki Arima no Adventure Zone

Um grande escalador e baita figuraça.

O escalador Naoki Arima cedeu uma entrevista para o blog Adventure Zone muito legal. Parte da entrevista está aqui, o resto você confere no blog Adventure Zone.

Há alguns anos esbarrei com o Naoki Arima na Limite Vertical (centro de escalada no Rio de Janeiro), na verdade nem chegamos a nos conhecer. Tempos depois dando uma “passeada” na web, estava vendo blogs de escaladores e fotógrafos de escalada… esbarrei de novo com ele. Fiquei amarradão na qualidade das fotos e de vez em quando visitava o blog. Recentemente ajudei a montar uma exposição com fotos de esportes outdoor (exposição Via Parque) e lembrei desse fotógrafo. Fiz o convite e ele aceitou participar da exposição na hora. Bom, as qualidades das fotos estavam cada vez maiores e acabei fazendo essa pequena entrevista.

Naoki Arima, trinta e poucos anos, nascido em Ivoti – RS e atualmente morando em Vitória no ES. Escalador desde 1995, Naoki começou a fotografar escalada desde o início. Aqui um rápido bate papo com ele.

> Andrew Burr, fotógrafo americano colaborador da Climbing, certa vez disse que não entendia o porque alguém fazer cursos de fotografia, pois segundo ele ou vc nasce fotógrafo ou não, ou seja aprender técnicas não o transforma em um fotógrafo. Vc acha que é por aí?

Hmmm, eu acredito em predisposição genética. Vide Chris Sharma! Mas também tem pessoas como o Patxi Usobiaga que não tem um gene tão privilegiado, mas com muita vontade e treino alcançou o ponto mais alto do pódium. Na fotografia também é a mesma coisa. Há talentos natos e há os esforçados.


> Fotografar escalada é uma paixão mesmo ou é mais unir o “útil ao agradável”, uma vez que vc está lá nas bases escalando também?

Sim e não. Tem dias que quero simplesmente escalar. Fico focado em mandar uma via ou trabalhar uma via específica e deixo a fotografia de lado. Por outro lado, tem dias que vou focado para fazer um registro fotográfico bacana e tento me empenhar ao máximo para fazer uma foto legal. Independente do foco do dia, a câmera sempre vai na mochila, não tem jeito.


> Até cerca de 10 anos atrás havia um abismo entre as produções (filmes e fotos) gringas (principalmente as americanas) e as nacionais. Hoje em dia a realidade é outra e aparece cada vídeo/foto por aqui que nos da o maior orgulho… Caras como Ricardo Cosme e Claudio Brisighello são super talentosos. Pode apontar outros talentos brazucas?

É verdade! Sim, temos grandes talentos tupiniquins! Gosto muito do trabalho do Ricardo Cosme que tem um pé no cinema e leva esse lado para a fotografia. O Cláudio é um cara que tem o feeling. Consegue deixar uma cena banal incrível e tem o domínio da luz. Aprendi muita coisa com ele no Rio. Alias ele tem uma parcela de culpa no meu rombo financeiro…

Além deles, gosto muito dos trabalhos de Bruno Senna, Gustavo Baxter, Théo Ribeiro e Marcela Chaves. Sempre foram as minhas fontes de inspiração verticais brazucas.


> E ganhar dinheiro com registros de escalada? É possível no Brasil?

Possível é mas, ainda estamos longe do que se vê lá fora. Eu acho que o brasileiro não o hábito da leitura em todos as esferas, desde a literatura clássica até uma revista semanal. Sem contar que livros e revistas no Brasil são bem caros quando comparados a renda percapta. Tudo isso leva a uma baixa procura e que acaba refletindo na baixa demanda.

Um outro nicho interessante é a internet, mas é complicado conseguir alguma coisa boa nesse universo porque internet é quase sinômino de dado/informação/imagens de graça. Mas aos poucos percebo que o público busca um “plus a mais” e está disposto a pagar por isso. No entanto, ainda há um longo caminho pela frente.

> Vc se destaca em fotos de boulder ou é impressão minha? Aliás, que tipo de escalada é mais prazerosa de registrar e que tipo é a mais difícil?

Registrar bouldering é mais cômodo, mais fácil, porque tudo acontece perto do chão e é fácil de se mover de um lado para o outro. Mas eu prefiro fotos em ambiente vertical com trabalho de corda complexo. Isso permite buscar ângulos que estão fora do olhar cotidiano.

Não tenho preferência por tipo de escalada. Gosto de escalar e fotografar um pouco de tudo. Eu sou partidário de que uma modalidade completa a outra.

Quanto a dificuldade, com certeza vias tradicionais pela complexidade logística. Às vezes você gostaria de se posicionar num determinado lugar para conseguir um melhor ângulo, mas não tem como ir ali. É ai que mora o desafio da fotografia em ambientes verticais. Além disso, exige equipamento pesado, planejamento, tempo e muito trabalho.

Quer ler o resto da entrevista?

Acessa lá:

http://www.adventurezone.com.br/blog/entrevista-com-naoki-arima-fotografia-e-pedra

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