Ruta 1 – A estrada feita para Moto Viajantes
Durante o verão de 2011 dois amigos de Porto Alegre, Leandro Bazotti (Turismologo e guia de montanha / alpinista), 30 anos e Luca Silveira (guia de ecoturismo e cinegrafista de ambientes naturais, 39 anos), saíram do Brasil rumo a Argentina e Chile para realizar uma viajem de motocicleta, onde suas companheiras, foram duas XTZ (landers) 250cc da Yamaha.
No total, foram 17 dias de viagem, onde percorreram 4 mil quilômetros de ida, e 3 mil quilômetros de volta. Trajeto este que cruzaram o norte da Argentina, atravessando a Cordilheira dos Andes, vislumbrando salares, vulcões, geisers, até chegarem a cidade de San Pedro de Atacama, no Chile, onde puderam conhecer os incríveis Vale da Morte e Vale da Lua e claro, descansar um pouco.
Depois deste trecho, e após alguns dias parados e revisando as motos e todo o equipamento, seguiram viagem rumo ao seu objetivo principal, a Ruta 1, ao norte do Chile. Esta estrada, é uma estrada com características únicas e ótima para viajantes de motocicletas, pois ela literalmente costeia o Oceano Pacifico, com sua incríveis curvas e enseadas de um lado, e a impressionante Cordilheira dos Andes de outro, terminando abruptamente nas margens do Pacifico, comprovando assim, a teoria da deriva continental e a formação desta magnífica cadeia de montanhas.
Segundo eles, o momento mais difícil da viagem foi no Cruce dos Andes, no trajeto de ida, onde por motivos de falta de combustível nas “estaciones de servicio”, tiveram de aumentar seu trajeto para abastecerem as motos em cidades fora do seu percurso, fazendo com que iniciassem a travessia um pouco tarde, o que fez com que eles tivessem de enfrentar todas as estações do ano em um só dia, passando por sol, chuva (arcoiris), nuvens, neve, raios, granizo e estradas íngremes e sinuosas à noite, com temperaturas que passavam dos 10 graus negativos e altitudes que chegavam aos 4.300 m.
Porém, dizem também que os momentos memoráveis foram muitos, e superaram suas expectativas, como o próprio cruce de retorno, onde saíram cedo e sem contratempos, com o tempo se portando de forma espetacular, ou ainda, nas paisagens no meio do deserto, que eram de tirar o fôlego.
Bazotti relata também, que o trajeto de retorno foi bastante cansativo e puxado, pois eles rodaram todos os dias desde o norte do Chile até Porto Alegre sem nenhum dia de descanso, o que exigia um grande aumento na atenção da pilotagem das motos devido ao cansaço, principalmente nos trechos de altitude, pois conforme ele “ a altitude por si só já deixa os viajantes dispersos e sonolentos”, motivos estes que foram justamente a causa de alguns acidentes dos quais ouviram relatos.
Luca comenta que, justamente para diminuir o cansaço e esta tenção, eles adotaram um sistema de rodagem bem propício: mantendo uma velocidade de cruzeiro de 100Km/h, onde a cada 100Km rodados eles faziam uma parada de descanso, para eles e para as motos, e assim conseguiam rodar mais de 500km por dia.
Outro comentário dos aventureiros foi sobre suas motos e locais onde dormiam. Pois, todos os motociclistas que encontraram na estrada viajavam com motos de alta cilindradas e com poucos equipamentos, enquanto eles, com suas singelas yamahas 250cc carregavam muita bagagem, o que chamava muito a atenção de todos por onde passavam.
Sobre os locais onde dormiam, era justamente o motivo de tanta carga, pois eles dormiram somente 5 noites em pousadas, pois em todas as outras, o acampamento era a opção a qual eles optavam, mas principalmente devido ao prazer de dormir sobre um belo céu estrelado ou uma linda lua cheia. Luca comenta ainda, que ele montou a sua barraca em algumas noites, mas que Bazotti, ao contrario, não montou a sua em nenhuma ocasião, mas que não se arrepende devido a suas ótimas e quentes noites (mesmo sem seu companheiro não ter reclamado de frio em nenhum momento - risos).
Sobre os problemas enfrentados pela dupla, eles dizem que fora “as pequenas roubadas”, como posto de combustível sem gasolina, ou sem cartão de credito; um tombinho da moto aqui e outro ali, que fazem parte de qualquer trip, principalmente em uma deste porte. Não tiveram maiores dificuldades, a não ser em dois momentos, quando as motocicletas deram uma atolada em um dos acampamentos na beira do Pacifico, onde demoraram para sair dali, pois as motos ficaram totalmente afundadas na areia e a outra onde uma das motos teve pane devido ao mau funcionamento de uma vela, e teve de ser rebocada por
Uma dica deixada por eles, é que: É sempre muito importante cuidar da manutenção preventiva das motos e também estar bem equipado e com boas roupas para enfrentar as baixas temperaturas, chuvas e possíveis quedas, sem nunca se esquecer de fazer um bom planejamento de tudo antes da partida para evitar surpresas desagradáveis.
Para saber mais sobre esta aventura ou sobre projetos passados ou futuros (pois ambos possuem varias anteriores e muitos posteriores) entrem em contato com eles, através do e-mail: atlasalpinismo@terra.com.br
Recomendações dos viajantes:
- Nunca viaje muitas horas seguidas, por mais que não se sinta o cansaço.
- Não rode a velocidades media muito alta, mesmo que, com muita vontade de chegar.
- Sempre leve um pouco de combustível extra, mesmo que os mapas indiquem a existência de postos.
- Sempre tenha moeda local em mãos, mas pague os gastos mais altos com cartão.
- Sempre pergunte para mais de uma fonte uma determinada informação.
“Grande abraçO!...
...y bons vientos!
São os votos de nossos aventureiros.
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