quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Acidente em Cânion gaúcho deixa um ferido


Ao despencar sobre um empresário que praticava canionismo, uma rocha tornou dramático o fim de semana de um grupo de esportistas gaúchos, catarinenses e paulistas na Serra do Umbu, no município de Maquiné, no Litoral Norte.

Com múltiplas fraturas, Juliano Romancini, 38 anos, de São Miguel do Oeste (SC), ficou 18 horas à espera do resgate em uma fenda entre duas montanhas a 32 quilômetros da sede do município, até ser içado por um helicóptero.

O acidente aconteceu por volta das 18h de sábado, quatro horas depois de o grupo de cinco pessoas iniciar um deslocamento que deveria ser de dois quilômetros junto ao curso de um rio. Prensado pela rocha na base de um penhasco de 300 metros de altura, Romancini sofreu fraturas na bacia, em um dos pés e passou a ter hemorragia.

Dois colegas que integravam o grupo pediram socorro por rádio a companheiros que exploravam outro cânion nas proximidades e deixaram o local em busca de ajuda para o ferido. Um homem e uma mulher ficaram prestando apoio a Romancini. Com a chegada da noite, não houve possibilidade de resgate, e os três permaneceram isolados até o amanhecer.

Pela manhã, bombeiros chegaram ao local por terra enquanto policiais militares sobrevoavam a região com um avião Ximango. Por volta do meio-dia de ontem, um helicóptero do Grupamento Aéreo da Brigada Militar conseguiu introduzir na fenda uma maca, por meio de uma corda de cerca de 300 metros de comprimento.

Em um procedimento de alto risco e complexidade, Romancini foi imobilizado na maca e içado para fora. No total, conforme o major Carlos Franck Simanke, comandante do helicóptero, a vítima ficou 35 minutos suspensa até ser levada em segurança a um descampado, onde, por terra, continuou o resgate. Por causa da chuva, que havia começado a se intensificar, o helicóptero não conseguiu pousar nas proximidades do local do acidente.

– Nossa maior dificuldade foi porque este é um vale muito estreito, onde o helicóptero fica muito perto das paredes de rochas e árvores. Essa também é uma região de serra, onde as condições meteorológicas mudam muito rápido. Quando estávamos içando a vítima, a chuva intensa dificultou um pouco – explicou o major Franck.

Amigos foram removidos só cinco horas depois

Romancini, que é ex-presidente da Associação Comercial e Industrial e da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de São Miguel do Oeste, passou por cirurgia no Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa, e seria transferido à noite para o Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre.

Os amigos que ficaram com a vítima – a bióloga Tatiana Bressel, 34 anos, de Porto Alegre, e Walter Martins Guerra Júnior, 40 anos, de São Paulo – só foram removidos pelo helicóptero da BM por volta das 17h, cerca de cinco horas depois do resgate de Romancini. Eles haviam recebido mantimentos para suportar as quase 24 horas isolados na mata, e não tiveram ferimentos.

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